Fotografia, música, colagem, grafite, pintura, desenhos, muita arte para todos os tipos de conceitos, este é o Mural

quinta-feira, 9 de julho de 2015

MINIONS - POR QUE ACEITA-SE SERVIR A UM OU MAIS CHEFES PERVERSOS?

 THE MINIONS SOMOS NÓS
 

Minions:
 trabalhadores zelosos com corpos indiferenciáveis entre si, dados como superfícies lisas que só se distingem uma da outra numa identidade própria pelos gadgets de agenciamento sobrepostos a seus corpos e que marcam as notas de suas essencialidades (no banco, na igreja, na escola, no hospital, na fábrica, no fórum, no tribunal, etc. etc. etc.), as quais em geral não passam de suportes idiotizados fora da linguagem ou participes de uma linguagem rustica uteis apenas para uma relação codificada que se instrumentaliza e diverte no limite da obediência suportável.

    

Haveria, portanto, em cada um de nós uma propensão natural oculta, contudo real, a servir e obedecer aos maus – como necessitam os minions

  por Abenon Menegassi

O filme de animação Os Minions, 2015, direção de Kyle Balda / Pierre Coffin, também nos joga de cheio na questão, a mais importante da modernidade: por qual motivo uma enorme parcela de colaboradores, senão todos, independentemente do contexto social em que está inserido, aceita servir a um ou mais chefes perversos? Esta questão está posta em GOOD PEOPLE AND DIRTY WORK, de EVERET C. HUGHES, Brandeis University, por Primo Levi em É isto um homem? E tambem por Zigmut Baumman em Holocausto e modernidade e que é basicamente esta: pq boas pessoas aceitam fazer o trabalho sujo? No livro Sonderkommando: no inferno das câmaras de gás, o autor Schlomo Venezia testemunha o tempo em que foi obrigado a trabalhar na remoção dos corpos gaseados nas câmaras de Auschwitz. Venezia relata que não havia escolha, era servir ou morrer.

O livro todo é atravessado por esta questão de escolha e, embora, seja uma situação limite é o próprio Venezia quem informa que certo dia um homem se recusa a obedecer e, diante de todos, é imediata e exemplarmente executado com um tiro na nuca por um oficial alemão. A conclusão que se tira desta cena é que então não havia a menor chance ou possibilidade de uma escolha que não fosse forçada. Ao se ler Antígona de Sófocles somos levados a esta decisão irreversível por parte da heroína, a de que diante da lei da cidade (pólis), uma lei que contraria leis e princípios mais autênticos e verdadeiros - no caso dela as leis de família -, (oykós) não há que temer diante do preço a se pagar.

Parece ser este o tema do Filme O filho de Saul a estrear por aqui no segundo semestre deste 2015. O filme, então, atualiza o problema: como rompermos os muros externos e internos que dividem e separam as pessoas em grupos de famílias, de hierarquias, de condições sociais, sexuais, econômicas, etc, grupos condominizados por síndicos verdadeiramente hitleristas, para finalmente nos solidarizarmos com o outro, familiar ou não, se estamos sob os mesmos regimes de dominação? Seria o caso de se dizer, dado o exemplo deste solitário e suicida resistente, que a escolha de viver e ter que fazer o trabalho sujo é um ato de má fé?

Não creio que se deva tão facilmente naturalizar tal conjunção e muito menos generalizá-la num universal irrefutável. Quanto à segunda guerra mundial, é preciso o esforço de compreensão para assimilar por quais motivos insondáveis cada qual fez o que fez e, talvez, entender um pouco suas razões. Até aqui a questão fica circunscrita. Mas, o problema se desdobra quando autores como Baumman, Levi, Agambem, Hughes, Arantes e outros propõem que o mais colossal trabalho sujo da história não é (não foi) o advento de um episódio triste da história que pode ser datado e localizado num tempo sem precedentes e que, também, jamais voltará a acontecer. 




A melhor maneira de não se incitar a revolta é evitando a comunicação?

Ao contrário, o que estes autores de alguma forma enfatizam é que Auschwitz é o paradigma par excellence da modernidade e que as ações daqueles colaboradores zelosos não são exceções a serem lamentadas e esquecidas, mas práticas que se repetem todos os dias em todos os lugares e impetradas por pessoas convincentemente de bem. Entre tantas consequências de peso que esta premissa exige, uma pode ser colocada de imediato: se atuamos e servimos sob a lógica da razão moderna de organização do trabalho para a produção de mercadorias e seus meios periféricos, então não há saída, estamos em Auschwitz.

Esta afirmação vem de encontro ao nosso narcisismo e bate em cheio em nossas caras. Nós, os que trabalhamos e pagamos nossos impostos e contas, nós o que vamos à igreja e levamos nossos animais aos domingos para passear, nós que criamos os nossos filhos e cuidamos de nossos entes queridos, nós os cidadão de bem...não somos inocentes, pois de alguma forma perpetuamos as ações realizadas pelos colaboradores que alimentavam, desde seus inúmeros postos de trabalho, os fornos de Auschwitz. A ideia é aterradoramente simples: nosso trabalho, seja em que instituição e em que tempo for, obedece à mesma lógica de racionalidade moderna que tanto tornou possível quanto perpetua Auschwitz.

Haveria, portanto, em cada um de nós uma propensão natural oculta, contudo real, a servir e obedecer aos maus – como necessitam os minions –, propensão esta que se compatibiliza com algo próximo a uma espécie de consciência tranquila ou, oprimidos e destituídos do direito de opinar e escolher, temos que nos contentar apenas com a ideia de que, mesmo calados, basta estar vivo? De certo, talvez, a resposta não seja universalizável e tenhamos que nos contentar com a ideia de que cada um é livre para decidir entre se há ou não a possibilidade de escolha em todos os casos.

Mas, um ponto é necessário abordar (para os que quiserem ir adiante com a questão). Se somos seres dotados de uma dimensão moral e irredutíveis a biopolíticas de controle, então como participar da tarefa que se abre à nossa frente, a saber, a de escapar a certas lógicas de barbárie que nos mostram que o único caminho é colaborar? 

Para finalizar, fica uma pergunta, mais uma: por qual motivo nossas escolas não incluem a disciplina “Holocausto”? Não seria porque, como mostra Jurassic World, a melhor maneira de não se incitar a revolta é evitando a comunicação?

Bom filme.




MINIONS, O FILME
“Meu Malvado Favorito”


Eis que então que Kevin, juntamente com o rebelde Stuart e o adorável Bob, aventuram-se pelo mundo à procura de um novo e malvado chefe para seguirem.


Renda: R$ 56,56 milhões
A animação acompanha as aventuras dos queridos ajudantes amarelos de Gru, o protagonista de Meu Malvado Favorito. Antes de trabalharem para Gru, os Minions já serviram vilões como um T-Rex, Genghis Khan, Napoleão e até o Drácula.

Minions procuram um chefe

Após servir a inúmeros mestres, os Minions encontram-se sem ninguém a quem servir e entram em uma profunda depressão.


Depois de viverem afastados por um tempo, buscam um novo chefe em uma convenção de vilões, em Orlando, nos Estados Unidos. (Revista Exame)

O longa de animação é dirigido por Kyle Balda e Pierre Coffin, roteiro de Brian Lynch (de “O Gato de Botas”). No elenco de dublagem estão Sandra Bullock (“Gravidade“), Jon Hamm (“Sucker Punch – Mundo Surreal“), Michael Keaton (“Birdman“) e Steve Coogan (“Philomena“).  (“Meu Malvado Favorito“). 


domingo, 28 de junho de 2015

PIXAR - DIVERTIDA MENTE - ANIMAÇÃO

   LABIRÍNTICA BIBLIOTECA
Pixar faz uma das melhores representações do cérebro humano em “DIVERTIDA MENTE”

Entender como funciona o cérebro humano, as memórias e as emoções é um desafio que “atormenta” pesquisadores há anos. Teorias, porém, existem – e algumas delas foram tiradas do papel para criar uma das melhores representações da mente do homem já feitas. E ela não está em um modelo 3D, em uma foto ou em um vídeo no YouTube, e sim na animação Divertida Mente, da Pixar.

Parece exagero, e talvez até seja um pouco mesmo. Mas a construção do cérebro feita pelos mesmos estúdios de Toy Story pode até pecar na precisão científica, mas é indiscutivelmente ótima. No filme, a protagonista humana é Riley (voz de Kaitlyn Dias), uma menina de 11 anos que morava no Minnesota até se mudar para São Francisco, onde sua vida sofre uma reviravolta. Os bons amigos são deixados para trás, o hóquei – seu esporte favorito – se torna impraticável e seu pai começa a ficar cada vez mais distante.

Em suma, as mudanças deixam a garota infeliz e provocam uma série de problemas dentro de casa – e dela também.


As emoções – Parece um pouco clichê, não? E seria mesmo, caso a história ficasse limitada ao mundo externo. Mas não é o que acontece: a trama aqui é contada de dois ângulos. Tudo que Riley faz é monitorado por um grupo de “pessoinhas” que vivem dentro de sua cabeça. As cinco principais são suas emoções: Alegria (voz da excepcional Amy Poehler na versão em inglês), Tristeza (dublada por Phyllis Smith), Medo (Bill Hader), Nojinho (Mindy Kaling) e Raiva (Lewis Black). O grupo se reveza no controle de uma espécie de computador, que determina a emoção que a garota expressará em cada situação vista por eles, através dos olhos da humana. O time de hóquei ganhou e todos estão comemorando? A Alegria comanda. Perdeu? É a vez da Tristeza. Escola nova? Entra o Medo. Um animal morto? Nojinho.

Cada momento marcante gera uma esfera, que funciona como um pedaço da memória. Todas as bolas brilhantes são todas guardadas em uma enorme e labiríntica biblioteca, cujo visual tem inspiração nas próprias curvas do cérebro. É de lá que elas são trazidas de volta quando é necessário. As recordações mais importantes, por sua vez, ainda viram uma esfera de memória fundamental, que é colocada em uma central e dá origem a uma ilha de personalidade – que define um traço característico de cada ser humano. Inicialmente, por exemplo, temos cinco na cabeça de Riley: a da Família, a dos Amigos, a da Diversão, a da Honestidade e a do Hóquei.


Uma viagem por dentro do cérebro (e alguns spoilers a seguir) – Assim como a menina, essas emoções também não lidam muito bem com a mudança de cidade, e os problemas de Riley começam a aparecer junto com os conflitos entre o grupo. As discussões dentro da cabeça da humana acabam por fazer com que Alegria e Medo sejam tiradas da “central de controle” – restando a humana apenas Medo, Nojinho e Raiva.


É a partir disso que começa outra representação bem feita: a garota uma hora “quebra”. O trio que a controlava não consegue dar conta do trabalho, e basicamente estraga o computador, deixando-a completamente inexpressiva e fazendo suas memórias fundamentais apagarem. Em resumo, as ilhas de personalidade, tão essenciais para a menina, começam a ruir. É a depressão.

A dupla Alegria e Tristeza, enquanto isso, vai conhecer o interior do cérebro. É nesse ato que são apresentados os corredores repletos de memórias, os funcionários responsáveis por eliminar aquelas que já não tem mais importância e os amigos imaginários, que acabam esquecidos uma hora ou outra. A representação para o conceito de músicas-chiclete, por sinal, é brilhante: elas ficam em esferas que são enviadas à central aleatoriamente e reproduzidas automaticamente, voltando à tona nos momentos mais impróprios. Também aparecem aqui a imaginação, a prisão, onde ficam os traumas e medos, e a parte criativa do cérebro, responsável por entender a arte – e cenário de uma das melhores cenas do filme.


Mas como foi criada essa representação? – De acordo com um ótimo texto do io9, o diretor e os produtores da animação contaram com a ajuda de psicólogos para criar as emoções e toda a estrutura onde se passa a parte mais interessante do filme. Alegria, Tristeza, Medo, Nojinho e Raiva são cinco das seis emoções universais catalogadas por Paul Ekman, um estudioso que foi pioneiro nas pesquisas de microexpressões.

Já a ideia das memórias guardadas em esferas e executáveis como vídeos foi inspirada no ato real de guardar e relembrar uma recordação. O processo todo envolve a “codificação” da memória, seguida de seu armazenamento e de sua recuperação quando necessário. Há inclusive uma teoria, de Austin Simonson, que diz que essa última parte, de recuperar, começa com uma pesquisa, que é mais ou menos o que fazem as cinco emoções durante a animação.

A representação das músicas-chiclete, aliás, não é tão precisa, mas tem a ver com a recuperação involuntária de memória. Em suma, apesar de parecer estranho, o cenário deDivertida Mente tem no que se inspirar.

Vale assistir? – Certamente. Não só pela excepcional representação do cérebro humano, mas também porque é um filme bastante divertido e, ao mesmo tempo, emocionante, bem como os outros dois do diretor Pete Docter, de Up: Altas Aventuras e Monstros S.A. Na versão em inglês, os dubladores também não deixam nada a desejar. Destaque aqui para a ótima comediante Amy Poehler, que transforma a potencialmente irritante Alegria (otimista em todas as ocasiões) em umas das personagens mais divertidas dos filmes do estúdio.

Confira abaixo os trailers em inglês, com as ótimas dublagens originais, e em português – a versão brasileira tem Sidney Magal fazendo uma ponta.







Postagem: 



sábado, 27 de junho de 2015

MIHAELA NOROC – FOTOGRAFIA



A SEGURANÇA DA BRASILEIRA 
ENCANTOU A FOTÓGRAFA

Atlas of Beauty 
“Muitas mulheres que fotografei não se consideram tão bonitas como realmente são”
Mihaela Noroc

A romena viajou o mundo fotografando diversas mulheres para provar que não há apenas um padrão de beleza, mas vários. Prepare-se para se inspirar
A beleza feminina se manifesta das mais diferentes formas. É isso o que a fotógrafa Mihaela Noroc quis mostrar ao viajar durante dois anos retratando mulheres anônimas das mais diversas partes do mundo.



Batizado como “The Atlas of Beauty” (em tradução livre, “O Atlas da Beleza”), a romena de 29 anos já percorreu mais de 37 países para clicar a beleza de mulheres reais. “Muitas mulheres que fotografei não se consideram tão bonitas como realmente são”, diz a fotógrafa em entrevista exclusiva ao “Adoro Maquiagem”.

Mihaela Noroc viajou por dois anos para retratar as mais diferentes belezas femininas.
  

Entre os cenários escolhidos por Mihaela estão a Floresta Amazônica e as favelas brasileiras do Rio de Janeiro; o maior templo budista de Myanmar, na Ásia; e as áreas mais nobres de Oxford, na Inglaterra; Nova York, nos Estados Unidos; e Sydney, na Austrália. As imagens captadas durante as andanças da romena pelo mundo também são compartilhadas em seu Tumblr.

A ideia do projeto surgiu depois que Mihaela largou o trabalho e saiu pelo mundo com a câmera na mão. A vontade era mostrar que a beleza está em todo lugar. Por isso, ela encontra as personagens de suas fotos ao andar pelas ruas ou navegando pelas redes sociais. 

Para continuar o projeto, a fotógrafa criou uma campanha virtual com o intuito de arrecadar fundos que financiem suas viagens. Com isso, ela pretende voltar ao Brasil, onde esteve no ano passado durante a Copa do Mundo. Confira a entrevista.

“Gostei muito do amor pela vida, pela
dança e pelas cores das mulheres brasileiras.”



“Beleza significa diversidade e eu viajo o mundo para descobri-la. Da Europa Ocidental para tribos Africanas, e do Rio de janeiro para a China, eu tento captar nas minhas fotos rostos naturais. Na minha opinião, a beleza significa manter viva suas origens e suas culturas.Talvez daqui 50 anos todas as mulheres do mundo se vestirão e agirão da mesma maneira. Espero que o meu projeto continue a ser uma testemunha de culturas e tradições da minha era.”



ENTREVISTA
MIHAELA NOROC

O que mais chamou sua atenção na mulher brasileira?
O Brasil é um país muito interessante pela sua grande diversidade. Infelizmente, não tive tempo suficiente para descobri-lo. O único lugar que visitei foi o Rio de Janeiro. Uma coisa que notei e gostei muito durante minha curta estadia foi o amor pela vida, pela dança e pelas cores das mulheres brasileiras. Isso falta em outras partes do mundo.
 
Você acha que as mulheres brasileiras têm uma relação melhor com a beleza do que as outras?
Cada país e cultura têm suas próprias características. Isso nos faz diferentes e originais e não devemos tentar ser algo que não somos. Percebi que as mulheres no Brasil são as mais confiantes. Adoraria ver isso em outras partes do mundo.

Como foi a experiência de fotografar as mulheres brasileiras?
Fiz muitas fotos interessantes no Rio de Janeiro. O cenário é realmente especial e tentei  ao máximo ir em diferentes locações. Fui em Tavares Bastos, Lapa e Copacabana e gostei muito.

Você acha que o projeto vai ajudar as mulheres a valorizarem ainda mais a beleza real delas?
Realmente espero que sim. Fico feliz quando paro alguém na rua e peço para fotografá-la para meu projeto. Elas ficam surpresas. Muitas mulheres que fotografei não se consideram tão bonitas como realmente são. A verdade é que a beleza está relacionada ao fato de a mulher se sentir assim e nós devemos valorizar nossa singularidade e autenticidade. 

Fotos: Mihaela Noroc
Postagem: Adoro Maquiagem


terça-feira, 23 de junho de 2015

ALABAMA SHAKES – DELÍCIA DE SOM

Coachella 2015


O que você ouviu de mais interessante nos últimos cinco anos e que ainda teve a façanha de te emocionar? 



ALABAMA SHAKES 
 QUE SOM É ESSE?



Não é uma resposta das mais fáceis, ainda mais com a massificação musical pasteurizada que as novas formas de se consumir música trouxeram para nossos ouvidos.

A banda Alabama Shakes vai na contramão disso, particularmente por seu DNA de olhar para trás. Depois de um celebrado primeiro disco, o delicioso Boys & Girls (como sair imune da rascante “Be Mine“?), lançam agora o ótimo Sound & Color, que veio ao mundo como um estandarte definitivo da relevância do grupo do Estado do Alabama para o mundo.




A extraordinária cantora Brittany Howard continua sendo o esteio melódico-dramático da banda, com sua interpretação eloquente, num confronto com as melodias secas e/ou abrasivas da banda, que percorre estilos com uma elegância pulsante.

A primeira música de trabalho – “Gimme All Your Love” – resume bem a pretensão de Brittany e seus turma, num resultado arrebatador. No álbum temos o melhor do Blues (“Miss You“), do jazz (“Geminii“), dos ares oitentistas (“Guess Who“), do rock personalista (“The Greatest“) e das distintas formas de se expressar a Black Music (“Future People“).




Mas experimente ouvir “Sound & Color“, canção que dá nome ao álbum, e não se arrepiar, principalmente com a levada Soul que Brittany imprime sobre uma letra tão melancólica (basta dar play no clipe logo abaixo, um tanto lacônico e dimensional, como a própria música). É simplesmente irresistível. E, sim, o Alabama Shakes é a melhor tradução da emoção hoje no rock (!) mundial.



Postado





Quem ouve pela primeira vez quer ouvir sem parar.
O impacto da voz embriaga e convida para esquecer o resto e apenas escutar música.
Das boas, claro.

Delícia... ficar por horas só por conta do Alabama Shakes.

Quando a música agrada, o interesse aumenta em saber quem canta, quantos são e de onde surgiram.


Tem umas coisinhas da banda, só clicar aqui:



“Quando as pessoas perguntam: 'Que tipo de BANDA é você?' Eu não tenho ideia.”
Brittany Howard



Brittany Howard, a vocalista transmite – o que muitas vezes costuma aparecer com frequência no setor de artes, onde pessoas tidas como mais descoladas se proliferam -, ar de tranquilidade com a vida, com aquele estilo estou feliz comigo mesmo.

Não poderia ser diferente, para agradar tanto, a alma deve ser das mais elevadas.


Ouça, então, você!















EDGARD DE SOUZA - ARTISTA



Edgar de Souza participa de importantes mostras no Brasil e no exterior, é considerado um dos mais EMBLEMÁTICOS artistas brasileiros da sua geração.


O artista criou para Inhotim uma instalação a partir de três de suas obras mais importantes, de uma série de esculturas em bronze, acomodando-as pela primeira vez no jardim, formando uma espécie de piazzetta.

As três estátuas de bronze representam uma figura masculina nua em diferentes posições. Baseadas no corpo do próprio artista, as esculturas poderiam ser consideradas auto-retratos, embora a ausência de características na face abra interpretações.



Agrupadas pelo artista sobre uma mesma base elíptica de concreto, as três esculturas de  Edgard de  Souza  aqui  reunidas  são  apresentadas  juntas  pela  primeira vez  em Inhotim. As  esculturas são parte  de  uma  série em  bronze fundido, que  inclui  outras peças e foi desenvolvida pelo artista ao longo da década  de 2000.

Articuladas  numa  elegante  disposição linear,  as  esculturas sugerem, num primeiro momento a leitura de um movimento contínuo, que se revela, numa observação mais detida, como fragmentado e sem uma óbvia relação de causa e  efeito  entre  cada  uma  das  poses.  Estas  são  impossíveis e  abstratas,  sugerindo tanto  pulsão  quanto  introspecção, mas  também  fragmentação  e  fusão  de  corpos.



Desde o final dos anos 80,  Edgard de Souza vem construindo um conjunto de obras marcado por uma qualidade artesanal e um ritmo lento de produção que se destaca da  escultura  contemporânea   de  grande  escala.  Em  suas  esculturas  de  bronze,  o artista obtém uma superfície lisa e uma grande precisão nas formas, a partir de  um primoroso   processo de desbaste executado pelo próprio  em blocos monolíticos de gesso e que confere às obras um aspecto nobre e sedutor.  

A história da arte e as questões ligadas à corporeidade e à auto-representação  têm norteado a sua produção. Aqui,  de  certa  forma,  o  artista revisita a  tradição da  estatuária  retratista de  bronze, que  povoou  os  jardins e  espaços  públicos europeus  entre  os  séculos  XVII   e  XIX.






                                  MAIS: PORTFOLIO DO ARTISTA


Pintor, escultor, desenhista e gravador



Inicia estudos artísticos na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo; licencia-se em 1984. Na faculdade, entra em contato com artistas ligados à arte conceitual, em especial Nelson Leirner.

Além de objetos tridimensionais, executa desenhos, gravuras e pinturas. Entre 1998 e 1999, elabora uma série de cibachromes, técnica fotográfica na qual o artista se retrata em luta e interação consigo mesmo. Desde a década de 90, participa de importantes mostras no Brasil e no exterior. Em 2000, a editora Cosac & Naify publica o livro Edgard de Souza, de autoria do crítico Carlos Basualdo.

Comentário Crítico

A obra de Edgard de Souza parte da descontextualização de objetos cotidianos. Nessa operação o artista busca desestabilizar conceitos e convenções sobre arte, propondo um novo olhar sobre objetos e formas que estão à volta e a construção de novos sentidos e significados. 

Esse pensamento está fortemente ligado a propostas da arte conceitual, possivelmente relacionadas a sua formação, com artistas como Regina Silveira (1939) e Nelson Leirner (1932), no curso de artes plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado - Faap. 
Entre 1989 e 1990 produz obras nas quais utiliza materiais como pele de vaca, cobra e carneiro, madeira, espuma e veludo, que indicam formas de mobiliários e são apresentadas de maneira inusitada e irônica.

Outro importante aspecto de sua obra é a produção de objetos e esculturas que remetem ao corpo humano. São formas que se aproximam do imaginário surrealista, ambíguas e fragmentadas, com indícios e vestígios da corporalidade, causando simultaneamente familiaridade e estranhamento.


Desejo, sensualidade, sexualidade e erotismo são aspectos que adquirem materialidade em suas obras e provocam no espectador a percepção de si mesmo e de sua condição humana, seu corpo, sensações, experiências e memórias. No fim da década de 1990, o artista produz uma série de fotografias, nas quais trabalha com a própria imagem, que geram significados ambíguos e opostos: atração e repulsa, espelhamento e estranhamento, identidade e alteridade, ruptura e unidade.

Críticas

"Objetos erotizados é talvez a descrição mais apropriada do trabalho de Edgard de Souza. Peças de mobília feitas de madeira, estofadas de maneira impecável, meticulosamente recobertas de peles ou veludos, Souza constrói objetos sensuais que pairam entre as paredes e o chão, nem exatamente como objetos funcionais nem como arte minimalista.

Enquanto o cuidado e o entalhe característicos da construção dessas formas sugerem propósito e intenção claros, eles desafiam qualquer uso ou aplicação. Existe, ao mesmo tempo, uma ética artesanal bizarra no seu trabalho. Obsessivamente construídos no decorrer de longos períodos, os processos exaustivos de cortar, colar, lixar, polir, pintar, dispor as camadas de madeira usadas para produzir suas obras parecem atuar como uma forma de sublimação.



Maravilhosamente construídas a partir de madeira compensada e pintadas num delicioso tom creme, outras obras como Gota (1996) e Pérola (1994) têm a aparência de carne pálida e nua. A textura lisa das tintas sintéticas e dos esmaltes também lhes dá uma qualidade escorregadia e erótica. No entanto, é um erotismo de vulnerabilidade e medo. Bagos (1996) consiste de duas bolas de madeira retorcidas no interior de um invólucro de couro negro como um objeto violentamente sexualizado, enquanto Abrigo (1993), uma enorme estrutura que lembra um feto, funciona como uma espécie de útero protetor".

Benjamin Genocchio
GENOCCHIO, Benjamin. Be(com)ing. In: MATERIAL, immaterial. Curadoria Benjamin Genocchio; texto Lisette Lagnado, Anthony Bond. Sydney: Art Gallery of New South Wales, 1994. p. 20-22.




"Outros artistas surgidos a partir dos anos 80 também mantêm em suas produções relações extremamente fortes com os princípios que marcaram a geração anterior, da qual emergiram seus agentes formadores. Nesse sentido, as produções de Iran do Espírito Santo e de Edgard de Souza são verdadeiramente exemplares.

COMÉDIA - O OUTRO LADO DE LUAN SANTANA – MÚSICA


Ok, é apenas uma ação de MARKETING.

Mas a ideia foi muito boa!



Por Felipe Tasso


Se não tem ninguém batalhando pela sua arte (produtor, agente, editor, curador, etc), você vai precisar aprender a se virar. Uma ideia é essa aqui:

É claro que o Luan Santana tem um time bem azeitado de produção para divulgar as músicas e, é claro que, logo no começo do vídeo ele já chama os fãs para ligarem nas rádios (enquanto estou publicando essa postagem, ele já ultrapassava 1,5 milhão de visualizações).

Mas, é um trabalho sujo, mas alguém tem que fazê-lo, certo? Então, faça. Vai encher o saco das pessoas.
E isso conclui a lição de marketing de guerrilha do dia.

Agora, outras lições importantes.

1. Se você receber uma cantada de um ouvinte que tem uma voz igualzinha a do Luan Santana, pelamordedeus SAI PARA JANTAR COM ELE!! (ver em 2’30”).


2. Nunca componha uma música com o título de Tanto Faz.

locutora da rádio: Então tá, qual música do Luan Santana

LS: Tanto Faz.

locutora da rádio: Tá, qualquer uma então?

LS: Não! Tanto Faz! 

locutora da rádio: Então, seu moço, se tanto faz, toco qualquer uma.

LS: não moça, é Tanto Faz, toca a música Tanto Faz!


3. Eu nunca vou pisar num show do Luan Santana. Mas se ele resolver fazer stand-up comedy, sou o primeiro da fila.




quinta-feira, 28 de maio de 2015

RUDIGER DAHLKE - LIVRO

Imagem apenas ilustrativa


“Brincando de colorir, podemos também chegar ao ponto de deixar o intelecto fora do jogo, só que, para isso, precisamos primeiro reaprender a brincar.”


Rudiger Dahlke – Mandalas



Tirar folga de tudo e ficar quieto, apenas colorindo. Tentador, não é à toa que está no topo da lista de passa-tempo de muita gente.
Criar e colorir sua própria mandala tem sido destaque, inclusive em redes sociais, como terapia e elevação espiritual.
Virou febre, meses atrás. Mas a prática é antiga, como explica um estudioso do assunto.
“A Madala é um instrumento de meditação usado há séculos pelos povos orientais pela sua capacidade de representar as relações entre os ser humano e o Cosmos. A simples contemplação de uma mandala inspira serenidade, restabelece a ordem psíquica, estimula a criatividade e abre as portas do inconsciente, fazendo emergir símbolos, arquétipos coletivos e o ser verdadeiro que está dentro de nós.” Marco Winther


Formas que representam a harmonia do cosmos e a 
ENERGIA DIVINA


BRINCANDO COM O INTELECTO

O livro Mandalas, de Rudiger Dahlke – editora Pensamento – é um dos queridinhos da vez, quando o assunto é colorir mandalas, mesmo não sendo lançamento.
Além de aprender a teoria, o autor transforma sua obra em um objeto pessoal, cada um faz o seu próprio “retrato enérgico” ao dar vida aos desenhos para colorir, que traz o livro.


“Neste livro, o Dr. Rüdiger Dahlke convida o leitor a reproduzir conscientemente esse modelo dentro de si por meio da ação. Todos nós dançamos constantemente ao redor do centro; precisamos, contudo, aprender a viver cada vez mais conscientemente as leis dessa dança e este livro pode muito bem nos ajudar nisso. Basta de palavras. Chegou a hora da acão.” Thorwald Dethlefsen


“O livro que você acaba de abrir é um livro que ainda não está acabado! Ao contrário da maioria dos outros livros, este ainda necessita da sua colaboração e da sua disposição para encontar a verdadeira forma dele. Pois é; em vez de um livro, você está iniciando, na verdade, um caminho.”

Trecho do livro Mandalas


  
Nascido em 1951, estudou medicina e fez estudos de pós-graduação em medicina naturalista e psicoterapia. Escreveu o livro A Doença como Caminho, com Thorwald Dethlefsen, obra que se tornou referência. 

Trabalha como médico e terapeuta no Heil-Kunde-Zentrum, fundado por ele e por sua mulher em Johanniskirchen, e dirige seminários sobre o significado da medicina, bem como dá cursos de jejum e meditação. Além do seu best-seller A Doença como Caminho, a Editora Cultrix já publicou: A Doença como Linguagem da Alma, A Doença como Símbolo, Qual é a Doença do Mundo?, O Caminho para a Vida, A Saúde da Mulher (junto com Margit Dahlke e Volker Zahn) e As Crises da Vida como Oportunidade de Desenvolvimento. 

Sobre o livro Mandalas, o médico e escritor espera que, mais do que um manual de saúde, este livro seja um aliado para ajudar você a aumentar sua confiança num estilo de vida que lhe permita ser mais saudável, realizado e feliz.”






Imagem ilustrativa


“A contemplação de uma mandala deve trazer paz interior, uma sensação de que a vida voltou a encontrar a sua ordem e o seu significado.” Carl Jung


Se nos lembrarmos da universalidade do símbolo da mandala e tivermos presente que só existe uma única verdade e uma única fonte onde todas as religiões beberam, causará espanto a delimitação, a exclusão e a depreciação recíprocas entre as religiões, hoje tão comuns. Embora a nossa igreja cristã se volte com veemência contra a alquimia, chama atenção o fato de as igrejas antigas estarem repletas de símbolos alquímicos. Se a astrologia é uma “superstição diabólica”, por que então há tantos símbolos astrológicos nas catedrais? Na verdade, cada segunda rosácea gótica é construída com base na “chave de doze”, e contém a representação dos doze signos zodiacais. 





Nas rosáceas góticas o inverso. Elas não representam apenas a criação, mas a conversão da luz na multiplicação das cores delas uma criação contínua a cada segundo, o universo renasce através da luz que penetra, do mesmo modo que, na concepção hindu, o universo verdadeiro renasce a cada momento.

                                          Trecho do livro Mandalas




O campo de força de uma mandala modifica a nossa energia em vários níveis. Ela estimula a mente, equilibra as emoções e ativa os processos físicos, ajudando a restabelecer sua função plena. Celina Fioravanti





sexta-feira, 13 de março de 2015

MILKY CHANCE - MÚSICA



POP, ROCK E FOLK
O duo é composto por Clemens Rehbein e Philipp Dausch



  
Clemens Rehbein (guitarra e voz) e Philipp Dausch (DAW e turntables) são de Kassel, Alemanha e, juntos, constituem os Milky Chance. 

Estrearam-se em 2013 com o single “Stolen Dance” e rapidamente atingiram o nº1 dos tops de países como Áustria, França, Bélgica, Suíça, Polónia, República Checa e Hungria.

Ainda no mesmo ano veio a estreia em formato LP, “Sadnecessary”, transportando-os para algumas aparições na TV (Europa e América), muito airplay radiofónico e uma digressão pelos Estados Unidos da América e Canadá.

O som do duo combina o formato canção estruturado e clássico com incursões pela electronica. Surpreendem pela simplicidade e um imediatismo que não cansa, fundindo gêneros como o folk, reggae e jazz.


2015 promete ser um ano gordo de concertos.